Para onde se olha, é possível perceber muito facilmente os impactos visíveis da pandemia do novo coronavírus: pessoas usando máscaras, estabelecimentos fechados ou com horários reduzidos, sapatos na entrada de casa. No entanto, quando chegou, a Covid-19 também trouxe com ela uma mudança mais silenciosa e sutil: os problemas de saúde mental.
Aos poucos, as psicólogas da VIABAHIA, Ulli Ribeiro, analista de Talentos Humanos, e Tainá Conceição foram percebendo que havia algo diferente nas pessoas. “O medo de se contaminar e as dificuldades com o distanciamento social foram dois grandes assuntos que acabavam surgindo muito, fora as dúvidas sobre quanto tempo isso vai durar, quanto tempo a gente vai precisar continuar desse jeito, que é algo que não temos como prever, pois esta é uma situação nunca vista antes”, conta Ulli.
Por ser uma atividade essencial que não pode parar, a concessionária adotou o home office para parte de sua equipe logo no início da pandemia, a fim de preservar a saúde de todos. Então, onde antes havia setores de trabalho próximos, com colaboradores convivendo e trocando experiências, passou a haver a distância do trabalho em casa, uma realidade presenciada em vários segmentos da sociedade. Surge uma nova situação: não há mais uma separação clara entre o lar e o trabalho.
“Essa nova realidade vem fazendo com que a gente passe mais tempo no ambiente corporativo, porque acontece o seguinte: o trabalho passou a ser realizado de casa, mas é como se a gente morasse no trabalho, ao invés de morar em casa”, explica Tainá. Não há mais a rotina para ir ao escritório – acordar, se arrumar, usar algum meio de transporte – e as pessoas passaram a lidar a todo o momento com as demandas de trabalho que surgem, o que acaba provocando a perda do espaço que a casa tinha enquanto lar, de convívio em família.
“Isso faz com que fiquem ansiosas e nervosas, sem conseguir administrar bem o tempo, o que é natural, a gente nunca passou por uma situação dessas antes”, avalia Ulli. Por ser uma cultura recente no ambiente corporativo de cidades como Salvador, não houve tempo para uma preparação prévia ao home office, o que acabou agravando os quadros de esgotamento físico e emocional. “Está sendo uma novidade para todo mundo mesmo, essa questão do novo normal, da gente ter que se readaptar, e a insegurança que naturalmente isso traz”, diz.
Do lado da família, as crianças, sempre em busca de algo novo, passaram a lidar com a mesmice de um espaço – a casa – que nunca muda, além da perda do convívio com os amigos e do espaço educacional. Já os idosos, faixa etária mais propensa à depressão, se sentiram deixados de lado, como se já não tivessem mais serventia, por conta do necessário isolamento social. “Todos nós estamos experimentando o sentimento de luto: o luto pela perda do espaço de lazer, do espaço de convívio familiar, da liberdade para ir e vir”, elabora Tainá.
Segundo a profissional, um dos grandes impactos da pandemia na saúde mental é o estresse, provocado pelo fato das pessoas não conseguirem separar as rotinas de trabalho e da família, o que acaba repercutindo no contexto de família. “Elas já não têm a mesma boa relação que tinham antes com os filhos, companheiros, sobrinhos”.
A todas essas mudanças, Ulli e Tainá observaram, atentas, e agiram para cuidar da saúde mental com profissionalismo e solidariedade. Conheça as recomendações das psicólogas da VIABAHIA sobre como é possível cuidar da saúde mental na pandemia e quais sinais devem servir de alerta, tanto em casa, quanto no trabalho.
Sinais de alerta
No trabalho:
Em casa
Como prevenir complicações?
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